A Câmara de Loulé quer contabilizar as dormidas diárias em hotéis para que os hóspedes sejam adicionados aos residentes e o cálculo da taxa de incidência de covid-19 seja proporcional ao número real de pessoas que estão num local.
Em comunicado, a Câmara de Loulé, um dos concelhos que vão recuar no processo de desconfinamento, defende que o rácio está a ser “erradamente calculado”, já que os visitantes estrangeiros não são considerados no total da população, mas, se forem infetados, são incluídos nos casos positivos do concelho.
“Esta situação será facilmente corrigida se forem contabilizadas as dormidas nos hotéis de cada concelho e acrescido este número à população dos residentes”, lê-se na nota da autarquia, que considera que estas alterações essenciais para que não se “penalize duplamente” regiões como o Algarve.
O Conselho de Ministros de quinta-feira determinou que, no Algarve, os concelhos de Loulé e de Albufeira integram a lista de 10 concelhos que não progridem no desconfinamento por registarem, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Lamentando o retrocesso no processo de desconfinamento, quando “a principal atividade económica do concelho retomava uma trajetória de recuperação com contratos e compromissos assumidos”, a Câmara de Loulé defende que estas alterações “são essenciais para que exista justiça”.
Nesse sentido, a autarquia disponibilizou-se “para colaborar na obtenção do número de residentes diários dos hotéis para fornecer às entidades de saúde”, pedindo ainda que seja corrigida a forma como são contabilizados os casos nacionais.
Invocando que, segundo declarações do primeiro-ministro, estes deveriam ser atribuídos ao concelho de residência e não onde são detetados, a autarquia pede “que seja seguida integralmente a proposta defendida publicamente” por António Costa.
Para a Câmara de Loulé, o facto de os casos de residentes nacionais serem contabilizados nos concelhos onde são detetados e não nos de residência “penaliza os concelhos com mais turismo”, como é o caso de Loulé e de outros, no Algarve.
“Apelamos à Autoridade de Saúde que aplique o critério para os residentes nacionais e que sejam corrigidos os erros de cálculo do rácio definido para todo o país”, prossegue a nota.
A Câmara de Loulé diz estar segura de que “esta correção evitará o retrocesso” ao qual o município está a ser sujeito, “evitando que o concelho e os seus agentes económicos voltem a mergulhar numa crise profunda”.
Lusa
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