A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) insistiu ontem em que “sejam revistos com urgência” os critérios de contabilização dos casos positivos de covid-19 na região, com o risco de serem penalizados “injustamente” os municípios com grande peso turístico.
“Continuamos a reivindicar uma forma de contabilização diferente dos casos que são atribuídos ao Algarve, porque a fórmula atual não reflete a situação real, ao incluir os não residentes”, disse à Lusa António Miguel Pina, presidente da AMAL, no final de uma reunião com os presidentes dos 16 municípios algarvios.
António Miguel Pina indicou que os autarcas do Algarve “continuam descontentes por não haver uma atenção diferente” para a região, exemplificando com os casos contabilizados no concelho de Albufeira, “onde metade dos infetados são estrangeiros que ali passam férias”.
“Infelizmente, a forma como este rácio é calculado pela Direção-Geral da Saúde prejudica injustamente os municípios com grande peso turístico, como é o caso de Albufeira”, lamentou o também presidente da Câmara de Olhão.
O governante considera que com esta forma de cálculo do número de infetados “há concelhos algarvios que correm o risco de terem de retroceder no desconfinamento, o que é uma situação gravíssima e, acima de tudo, é injusto”, sublinhou.
“O que nós, autarcas, reclamamos é uma forma justa de ponderação, porque esta forma é injusta”, concluiu.
Segundo a responsável da saúde pública no Algarve, até às 00:00 de terça-feira, a taxa de incidência acumulada de covid-19 a 14 dias no Algarve era de 186 casos por 100.000 habitantes, no seguimento de uma tendência “progressivamente crescente”.
Ana Cristina Guerreiro reconheceu hoje que há “bastantes casos” na população residente, no entanto, aponta a presença de um “grande número de turistas nacionais [nos fins de semana alargados] e estrangeiros” como um fator que tem contribuído para “estes números de casos diários tão elevados”.
Questionada sobre o local em que são contabilizados os casos positivos de estrangeiros detetados antes de tentarem embarcar rumo aos seus países, a delegada de saúde do Algarve esclareceu que os casos são contabilizados na morada do cidadão nos “dois, três dias anteriores à positividade, mas cada caso é analisado”.
Segundo Ana Cristina Guerreio, o local de isolamento “é escolhido pelo próprio cidadão, com todas as condicionantes de aceitação de um hospede positivo” que, sublinhou, “nem sempre fáceis de contornar”, com o conhecimento das autoridades de saúde e das forças policiais.
Lusa
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