A ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, efetuou mais um inquérito aos seus associados com o tema «Impacto na Economia Local: Efeitos provocados pela Covid-19», para perceber em que dimensão as empresas do Algarve foram e continuam a ser afetadas com esta pandemia.
Em conformidade com os dados obtidos a partir do referido inquérito, conclui-se que cerca 66,7% dos inquiridos, correspondem a empresas da qual o comércio é a atividade principal, 16% dizem respeito aos Serviços e 16% à Hotelaria/Restauração. Ressalta ainda que dessas empresas, 92% representam microempresas (empresas com menos de 10 colaboradores).
Face à atual conjuntura, 88% das empresas, responderam que foram gravemente afetadas com prejuízos acumulados nos últimos meses, avaliam ainda, a situação das suas empresas como muito má. Considerando o ano de 2020 onde se registaram elevadas quebras nas receitas, registou-se, em 2021 um agravamento da situação para 70% dos inquiridos. A acentuada quebra das receitas deve-se à baixa procura de produtos/serviços após o confinamento atendendo à drástica descida da procura.
Nos próximos 12 meses, 72% dos inquiridos não preveem qualquer tipo de melhoria, devido a esse fator, os empresários tiveram de adotar medidas tais como, redução de custos e investimentos adiados/cancelados, sendo uma das maiores consequências o aumento da taxa de despedimento.
Relativamente às restrições decretadas pelo Governo, 97% dos inquiridos concordam com as medidas impostas ao nível da saúde, contudo, os seus estabelecimentos foram seriamente prejudicados com as restrições aplicadas nos seus setores de atividade e, apesar de uma grande percentagem ter conhecimento dos apoios disponibilizados pelo Governo e ter aderido aos mesmos, 94% considera que os apoios do Estado não são correspondentes às necessidades, estão aquém e acarretam muito burocracia.
Apesar da elevada percentagem de adesão aos apoios financeiros, o fim das moratórias de crédito concedidas pelo Governo representa para muitos um fator de enorme preocupação. Essa medida permitiu que desde 2020, as empresas afetadas pela Covid-19 pudessem suspender o pagamento de vários compromissos perante a banca.
O Algarve depende fortemente do setor do turismo, sendo que, 73% dos inquiridos estimam que o verão deste ano será igual ou pior do que o verão do ano passado. Os empresários algarvios revelam estar receosos e com grande incerteza perante o futuro que se aproxima, cerca de 68% prevê que a retoma da economia não se efetive antes de 2023.
Paulo Alentejano, presidente da ACRAL, afirma que «Se porventura, o verão de 2021 for igual ou pior do que o verão de 2020, a época de inverno pode ser extremamente dramática para o futuro da sustentabilidade das empresas do Algarve», «Numa Região tão diferente do resto do Pais, precisamos de uma resposta, por parte do Governo, com medidas diferentes, para garantir a sobrevivência do tecido empresarial algarvio e evitar ao limite, uma crise social no Algarve»
Face à situação insustentável que os empresários atualmente atravessam, a ACRAL decidiu desafiar as autarquias para a criação de um gabinete local de apoio aos empresários, denominado “Gabinete SOS Empresas”, cujo projeto foi acolhido muito positivamente pela maioria das autarquias.
Os gabinetes são compostos por equipas multidisciplinares especializadas destinadas a dar respostas nas mais diversas áreas, tanto ao nível financeiro, bancário, contabilístico e jurídico, mas também ao nível da orientação sobre os incentivos, candidaturas e apoios disponíveis. Estes serviços são totalmente gratuitos, sem qualquer tipo de custos para os empresários, pretendendo orientar, apoiar e aconselhar o tecido empresarial e destina-se a todos os empresários.
No concelho de Faro já foi aberto o primeiro “Gabinete SOS Empresas”. O atendimento será efetuado presencialmente na loja “Faro. Somos Todos”, mediante marcação prévia. Para efetuar marcação ou para mais informações: | 919 195 563.
ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve
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